Música, Pintura e Poema no século 20


A Música e Pablo Picasso

A música aproximou o compositor russo Igor Stravinsky do pintor espanhol Pablo Picasso, tornando-os amigos e parceiros de trabalhos. Foi Picasso que produziu figurinos e cenários para o ballet Pulcinella.



A arte cubista de Pablo Picasso também se aproximava da música atonal de Stravinsky, pois ambos rompem com as características da arte clássica europeia, produzida entre os séculos XVII e XIX. Eles valorizavam a inovação e as percepções sensoriais/abstratas.(Interlude, Música e arte: Stravinsky e Picasso)

                                       Três Músicos – Picasso (1921)


A Música e Anita Malfatti

A pintora Anita Mafaltti, assim como outros artistas brasileiros modernistas, buscava solidificar um movimento renovador e de caráter totalmente nacionalista retratando a realidade brasileira, como a vida cotidiana e as festas do interior.(Sua Pesquisa.com,  Semana de Arte Moderna de 1922)



A Música e Cecília Meireles



Vaga Música, um livro de poemas escrito pela modernista Cecília Meireles e publicado em 1942, traz um lirismo profundo, com um caráter intimista e melancólico por meio de metáfora em suas palavras.
"A poetisa apresenta uma ampla musicalidade em seus poemas, tanto é que muitos dos títulos trazem a palavra 'canção' e são cheios de ritmo e sonoridade cadenciada" (Nina é Uma)


            A Doce Canção 
                                                           
          Pus-me a cantar minha pena
com uma palavra tão doce,
de maneira tão serena,
que até Deus pensou que fosse
felicidade - e não pena.

Anjos de lira dourada
debruçaram-se da altura.
Não houve, no chão, criatura
de que eu não fosse invejada,
pela minha voz tão pura.

Acordei a quem dormia,
fiz suspirarem defuntos.
Um arco íris de alegria
da minha boca se erguia
pondo o sonho e a vida juntos.

O mistério do meu canto,
Deus não soube, tu não viste.
Prodígio imenso do pranto:
-todos perdidos de encanto,
só eu morrendo de triste!

Por assim tão docemente
meu mal transformar em verso,
oxalá Deus não o aumente,
para trazer o universo
de pólo a pólo contente.

O cantor Fagner interpretou uma versão musical do poema Motivo 
                  Motivo
       Eu canto, porque o instante existe
       E a minha vida está completa.
       Não sou alegre nem sou triste, sou poeta.
      
       Irmão das coisas fugidias,
       Não sinto gozo nem tormento,
       Atravesso noites e dias no vento.
       Se desmorono ou se edifico,
       Se permaneço ou me desfaço,
       Não sei se fico ou passo
     
      Sei que eu canto e a canção é tudo
     Tem sangue eterno a asa ritmada
     E um dia eu sei que estarei mudo, mais nada.








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